Vítima de incêndio na Santa Casa mandou áudio para o filho antes de morrer
Empresário de 51 anos, da cidade de Vespasiano (MG), falou sobre o início do incêndio na gravação
Amigos e familiares se despediram de César Freitas de Jesus, de 51 anos, nesta quarta-feira (29). Ele foi uma das vítimas do incêndio que atingiu a Santa Casa de Misericórdia, na região leste de Belo Horizonte, na última segunda-feira (27).
Jesus era morador de Vespasiano, na região metropolitana de BH, e dono de uma loja de móveis.
O empresário estava internado há pouco mais de uma semana. Ele deu entrada no hospital com uma erisipela na perna, quadro que ocorre quando uma bacteria entra dentro da pele. Ao fazer exames foi constada pressão alta e diabetes, o que fez que ele fosse encaminhado para o CTI (Centro de Terapia Intensiva). Nos últimos dias, o quadro dele evoluía bem, ele já não estava mais no oxigênio e provavelmente teria alta do CTI.
“Tinham tirado a sonda dele, tirado respirador. Ele estava feliz, tinha tomado banho sozinho, feito a barba e já ia sair”, conta Rafael de Jesus, filho do empresário.
Rafael conta que o pai mandou um áudio para ele quando o incêndio começou. Ele relatou que estava desesperado, falando que queria morrer de uma forma digna e não queimado. “Ele chegou a me enviar o áudio, só que não tinha ligado a internet, então eu só ouvi depois do incêndio, quando o médico, junto com a psicóloga, me informaram do falecimento e me entregaram o telefone dele”, lamenta.
Cesar Freitas de Jesus estava internado no 9º andar da Santa Casa, mas foi encontrado no 3º andar por funcionários do Hospital que tentaram resgatá-lo.
O fogo teria começado após um problema no sistema de oxigênio do hospital. Cerca de 931 pacientes foram retirados do prédio e 23 que estavam em estado crítico precisaram ser levados para outros hospitais.
Outra vítima
Outra vítima do incêndio foi Otávio Jordany Melo Resende, de 23 anos. O jovem vivia na cidade de pimenta, no centro-oeste de minas e estava internado há 42 dias para tratamento de um câncer . Ele também teria morrido durante o transporte, feito às pressas.
O laudo com a conclusão da perícia da Polícia Civil deve indicar a causa da morte dos dois pacientes transferidos durante o incêndio, inclusive se eles chegaram ou não a inalar fumaça. Uma terceira morte foi registrada pela Santa Casa mas não teria ligação com o incêndio. Maria Rosa Carvalho tinha 92 anos e tratava um câncer. Segundo o hospital, a idosa morreu antes do início das chamas. Ela será enterrada em Nova Lima, na região metropolitana da capital mineira.
Fonte: Agora MT
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