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Tesouro Direto: petróleo e outras commodities disparam e taxas dos títulos públicos até 12,20%

Investidores repercutem ainda revisões para cima nas expectativas de inflação para este ano, segundo o Relatório Focus, do Banco Central


As discussões em torno de uma possível proibição das importações de petróleo russo pelos Estados Unidos fizeram os preços da commodity dispararem no fim de semana. Por volta das 9h35 desta segunda-feira (7), a cotação do petróleo do tipo Brent e WTI seguiam elevadas, aos US$ 124,59 e 121,07, respectivamente, o barril, o que impactava fortemente os principais índices europeus, americanos e chineses. O efeito também podia ser sentido no Tesouro Direto.


Isso porque com o avanço nas cotações do petróleo e de outras importantes commodities, como o trigo, cresceram também os temores de que as pressões inflacionárias devem seguir mais fortes por mais tempo no Brasil, o que deve forçar o Banco Central a manter a Selic elevada por um período maior.


De acordo com o Relatório Focus apresentado hoje e que já reflete parte dos efeitos da guerra, a expectativa de inflação oficial para este ano agora está em 5,65%, contra 5,60% uma semana antes. Essa foi a oitava semana seguida de alta nas projeções.


Mudanças também para a Selic do ano que vem. A mediana dos economistas consultados pelo Banco Central agora espera que a taxa básica de juros encerre 2023 em 8,25%, acima dos 8% previstos na semana anterior.


Nesse sentido, o mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto registra alta nas taxas na manhã desta segunda-feira. Vários papéis de inflação ofereciam juros reais recordes, como é o caso do Tesouro IPCA+ 2026 e dos Tesouro IPCA +2040 e 2055, ambos com cupom semestral. Os três começaram a ser negociados em fevereiro de 2020.


No primeiro caso, às 10h, o retorno real oferecido pelo Tesouro IPCA+2026 avançava de 5,61%, na sessão anterior, para 5,70%. Já as remunerações reais entregues pelos papéis com vencimento em 2040 e 2055 estavam em 5,86%, às 10h, acima dos 5,77% e 5,76%, respectivamente, vistos na sexta-feira (4).


Destaque também para os prefixados que subiam até 18 pontos-base (0,18 ponto percentual), como era o caso do Tesouro Prefixado 2033, que oferecia uma taxa de 12,02%, às 10h, percentual superior aos 11,84% da sessão anterior.


No mesmo horário, o juro entregue pelo papel prefixado com vencimento em 2025 era de 12,20%, frente aos 12,03% da última sexta-feira (4).


Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta segunda-feira (7):

Petróleo


As atenções do mundo estão voltadas para declarações de autoridades da União Europeia e dos Estados Unidos. A razão é que o mercado aguarda mais sanções contra a Rússia, que podem afetar agora o petróleo vindo do País.


Ontem (6), Antony Blinken, secretário de Estado americano, disse que os EUA e seus aliados estão considerando proibir as importações russas de petróleo e gás natural em resposta ao ataque do país à Ucrânia.


A presidente Nancy Pelosi também disse em uma carta a colegas democratas que a Câmara dos Deputados dos EUA está “explorando uma legislação forte” para proibir a importação de petróleo russo – uma medida que “isolaria ainda mais a Rússia da economia global”.


Ao mesmo tempo, a comunidade internacional segue na tentativa de afastar


Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, afirmou nesta segunda-feira (7) que seu governo está disposto a “fazer as necessárias mediações” e em “participar da mediação internacional” para encerrar a guerra da Rússia contra a Ucrânia.


“Precisamos prevenir uma crise humanitária em larga escala”, pontuou ainda. Questionado sobre as relações entre Rússia e China, que foram ponto de uma renovação do acordo de boa vizinhança em dezembro do ano passado, o ministro afirmou que elas continuam firmes e que a amizade entre ambos “é sólido como rocha”.


Apesar de os esforços internacionais para frear a invasão, a Rússia intensificou os ataques à vizinha Ucrânia nos últimos dias, com forças tentando isolar a capital de Kiev e outras grandes cidades enquanto enfrentam uma feroz resistência ucraniana.


Rússia e Ucrânia devem sentar novamente à mesa nesta segunda-feira para uma terceira rodada de negociações, mas sem esperanças de um cessar-fogo, depois de Vladimir Putin, presidente russo, não ter respeitado o último acordo para abrir corredores humanitários e permitir a saída de civis das zonas de combate.


Relatório Focus


O destaque da cena econômica local está nos números do Relatório Focus. Apesar de o ajuste para cima nas estimativas de inflação, não houve alteração nas projeções para o avanço da Selic neste ano, que se manteve em 12,25%, igual ao registrado uma semana antes.


Por outro lado, os economistas consultados pelo Banco Central recalibraram as estimativas para o câmbio. Agora, o mercado espera que o dólar encerre o ano em R$ 5,40, abaixo dos R$ 5,50 esperados na semana anterior. Já para 2023, a medida dos economistas prevê que o câmbio termine em R$ 5,30, valor levemente inferior aos R$ 5,31 vistos uma semana antes.


Mudanças também nas expectativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). No levantamento desta semana, as projeções para o crescimento do PIB estão em 0,42%, acima dos 0,30% previstos uma semana antes. As estimativas para 2023, por sua vez, não sofreram alteração: se mantiveram em 1,50%.


Preços dos combustíveis e veto a Refis


Na cena política, atenção para as discussões que envolvem o preço dos combustíveis. Com a disparada nas cotações do petróleo, fontes ouvidas Reuters apontam que executivos da Petrobras (PETR3;PETR4) vão buscar nesta semana a aprovação do governo para aumentar os preços dos combustíveis em suas refinarias no Brasil.


Ao mesmo tempo, dois projetos de lei que buscam alternativas para reduzir os preços da gasolina e do óleo diesel nas bombas estão pautados para serem votados na quarta-feira (9) pelo Senado Federal.


O governo do presidente Bolsonaro está decidido a evitar novas altas da gasolina e do diesel no país, devido a temores sobre as consequências eleitorais do efeito inflacionário da alta dos combustíveis para Bolsonaro, candidato à reeleição.


As alternativas variam desde uma mudança no cálculo de cobrança do ICMS por meio de projeto de lei; como também a criação de um fundo (com dividendos da Petrobras e receitas do pré-sal pertencentes à União) e mudanças na precificação dos combustíveis pela estatal.


Destaque também para o Refis. O Congresso pode analisar no próximo dia 16 o veto do presidente Bolsonaro ao projeto de lei complementar que cria um programa de refinanciamento de dívidas tributárias para micro e pequenas empresas chamado Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp), também chamado de “Refis”. As informações são do jornal Valor Econômico.


As dívidas, segundo o periódico, somam R$ 20 bilhões e a data da votação ainda está em negociação. A previsão é que ocorra na próxima semana, mas para isso é preciso que as propostas que visam a contenção da alta dos combustíveis sejam votadas nesta semana.


Fonte: InfoMoney


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