Retirada de MT da Amazônia Legal causa polêmica na ALMT
Wilson Santos cobra coerência de Neri Geller, que é relator do projeto na Câmara Federal
A retirada de Mato Grosso da Amazônia Legal foi tema de uma discussão polêmica na Assembleia Legislativa, neta segunda-feira (23), durante reunião extraordinária da Comissão de Meio Ambiente.
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) e o deputado federal Neri Geller (PP) chegaram a exaltar os ânimos, em dado momento da discussão, o que gerou um clima tenso.
O progressista é relator do projeto de lei, que tramita na Câmara Federal.
Para o parlamentar tucano, Geller corre o risco de ficar conhecido mundialmente como um “inimigo da Amazônia”.
Por isso, pediu que ele tenha cuidado, quando for fazer o relatório do projeto.
“Aproveito para pedir, Neri, que o senhor tenha cuidado no seu parecer e que não seja tachado como inimigo da Amazônia. O senhor está mexendo com o maior patrimônio imaterial desta nação. Muito cuidado com o seu parecer, não ceda às pressões para ampliar o desmatamento na Amazônia”, alfinetou o tucano, que é contra a matéria.
A proposta, de autoria do deputado federal Juarez Costa (MDB), exclui Mato Grosso da Amazônia Legal, região que, atualmente, é composta pelos estados de Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
Diante disso, Wilson também não deixou de criticar o parlamentar emedebista.
“Cabe ao deputado Juarez um exame de sanidade mental. Só ele não quer defender a Amazônia. É um maluco! Ele foi convidado para estar aqui hoje, mas não veio!”, disse.
Geller, por sua vez, não deixou barato e fez questão de rebater as críticas do deputado tucano.
“Wilson, eu não vou fazer desse tema um palanque político. Você me conhece, fomos colegas, eu jamais tive apoio dos 'barões da soja'. E, quando Vossa Excelência fala do modelo de desenvolvimento equivocado em Mato Grosso, mas aqui no Estado, nós crescemos a produção de milho”, colocou.
TRAMITAÇÃO - A discussão em torno do tema começou no início deste ano e vem dividindo opiniões.
Geller, que responde pela relatoria do processo na Câmara Federal, admite que o debate poderá ficar para a próxima legislatura.
O parlamentar defende uma discussão ampla sobre o tema, inclusive com a participação da comunidade internacional.
Segundo ele, Mato Grosso está sendo prejudicado.
"Não tem uma posição ainda, mas está muito claro que esse debate tem que vir para a mesa. Precisamos chamar a comunidade internacional, porque os acordos internacionais que foram assinados, precisam ser cumpridos, que haja a regulamentação do fundo que foi criado para fazer a compensação do nosso ativo ambiental”, explicou.
Geller defende uma compensação aos produtores rurais.
“Não é justo que Mato Grosso pague um preço tão caro, do ponto de vista econômico, para preservar para o mundo inteiro. Esse projeto é para regulamentar e conquistar o nosso direito, não é para pressionar ninguém”, disse.
Segundo o deputado do PP, essa regulamentação poder ser feita por meio do relatório.
“Acho que pode (ficar para próxima legislatura), mas esse relatório será feito com responsabilidade. Independentemente de estarmos em ano eleitoral, eu estou no exercício do mandado”, completou.
Fonte: Diário de Cuiabá
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