PT abre processo contra Medeiros e mais 3 no Conselho de Ética
Os bolsonaristas terão que comprovar que suas condutas não justificam a perda do mandato parlamentar concedido por voto popular
O Conselho de Ética da Câmara acatou pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) e instaurou, nesta terça-feira (30), processos para apurar suposta quebra de decoro parlamentar dos deputados federai, José Medeiros (PL-MT), Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), quatro dos principais nomes da oposição ao Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O processo vem uma semana após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato do deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos-PR). A candidatura do ex-chefe da “Lava Jato” foi contestada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pelo Partido Verde (PV).
Além dos quatro bolsonaristas, o Conselho de Ética também instaurou processos contra Márcio Jerry (PCdoB-MA), Juliana Cardoso (PT-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). O presidente do conselho, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), sorteou uma lista com três nomes de possíveis relatores para cada um dos casos.
No caso de Medeiros, o PT pede que o deputado seja penalizado em função de uma discussão com Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Miguel Ângelo (PT-MG), durante a sessão plenária da Câmara Federal no último dia 8 de março. Na ocasião, o parlamentar mato-grossense questionou o uso indevido do direito de fala em plenário.
No momento em que debatia ferrenhamente com Gleisi, que é presidente nacional do PT, o mato-grossense foi abordado por Miguel Ângelo, que o acusou de agressão. Medeiros nega veemente os fatos e diz que o esbarrão foi natural, em virtude do mineiro ter entrado abruptamente em sua frente enquanto se deslocava.
O caso considerado mais sensível, ou seja, com chances de penalização mais grave ao denunciado, envolve Nikolas. O jovem deputado usou uma peruca durante um discurso na tribuna da Câmara dos Deputados no dia 8 de março, mesmo dia da confusão envolvendo Medeiros, e chegou a dizer que “se sentia uma mulher transsexual” e, por isso, teria “lugar de fala”.
Tudo aconteceu depois de um movimento feminista da Câmara Federal ter sugerido que só mulheres discurssassem naquele dia, levando o novato bolsonarista a protestas. A representação foi aberta pelos partidos PSOL, PDT, PSB, PCdoB e PT, que defendem a perda de mandato do deputado por crime de transfobia.
Já Zambelli é acusada de proferir xingamentos contra o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que recebia o ministro da Justiça, Flávio Dino.
O PSB acusa Zambelli de ter ofendido o deputado da legenda com a frase “vai tomar no c…”. As notas taquigráficas da audiência confirmam que a deputada usou “expressão atentatória ao decoro parlamentar” durante a sessão.
Fonte: Minuto MT
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