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Projeto com sistema de agrofloresta é implantado para promover produção sustentável em (MT)

Iniciativa conta com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Um projeto que com sistema de agrofloresta foi implantado em propriedades de Sinop, a 503 km de Cuiabá para promover uma produção sustentável. A proposta envolve instituições de ensino, pesquisa e agricultores familiares.


A iniciativa permite que árvores nativas convivam com frutas, legumes e verduras em um mesmo canteiro, além das espécies alimentícias e outras que ajudam na adubação do solo.


Os sistemas agroflorestais são modelos de produção que associam plantas de diferentes portes e funções, em uma mesma área com o foco no desenvolvimento sustentável.


O agricultor Miguel Aurélio Moreira, que adotou o sistema ecológico, possui uma grande diversidade de cultivos na propriedade dele. Entre elas rúcula, salsinha e cebolinha.


“O sistema agroflorestal é composto por vários tipos de plantas. Tem as nativas e também as hortaliças, que são incluídas no meio”, disse.

Miguel conta que era pedreiro antes de ser agricultor. Ele decidiu trabalhar no campo ao perceber que era o trabalho que ele realmente gostava.


“Isso me dá uma paz, sinto que as plantas conversam comigo. É bacana e eu gosto”, contou.


Na fazenda tem de tudo um pouco, inclusive cajus. O agricultor explica que cada linha possui vários tipos de árvores e, que isso permite que a raiz faça uma adubação de solo.


“Quando a árvore é cortada e podada ela emite tipo um ‘sinal’ para as outras plantas para que elas frutifiquem”, ressaltou.



A implantação das agroflorestas conta com apoio da Rede de Cooperação para a Sustentabilidade, o Projeto Gaia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do campus de Sinop.


Segundo a professora de ecologia da UFMT e coordenadora do Projeto Gaia, Rafaella Felipe, o agricultor é um dos apoiadores do projeto.


"O projeto Gaia que tem como objetivo estabelecer e fortalecer uma rede de produção e comercialização de alimentos agroecológicos aqui na nossa região”, explicou.


Rafaella ainda conta que a proposta é priorizar a autonomia do produtor rural.


“Eles produzem o seu próprio adubo orgânico, por exemplo, então a dependência de estrumes externos é mínima”, concluiu.


O sistema conta com técnicas fora do convencional, um exemplo disso é a plantação da mamona junto com legumes e verduras. A planta, que geralmente é conhecida como invasora e prejudicial a plantação, presta um grande serviço na agroecologia, ciclando nutrientes e ajudando a cobrir o solo.


De acordo com o engenheiro florestal e pesquisador associado ao Projeto Gaia, Adailthon Jourdan Rodrigues, uma das dificuldades do setor é a carência de profissionais.


“A presença de um profissional em contato com o produtor diretamente visitando a área, dando essa assistência, enriquece muito mais o aprendizado no campo”, relatou


O Projeto Gaia faz parte do programa REM MT, que recebe apoio financeiro dos governos da Alemanha e do Reino Unido, para ações de redução das emissões de gases nocivos ao meio ambiente. A execução financeira é da Fundação Uniselva.


Dez famílias de agricultores são atendidos em Sinop e em Cláudia, a 608 km de Cuiabá, a produção é vendida diretamente aos consumidores em feiras e quitandas.


Fonte: G1




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