PC cumpre 13 mandados contra envolvidos no assassinato de jovem que fez gesto com a mão em MT
Entre os envolvidos está uma mulher que é servidora da rede de educação municipal e um preso da PCE, que ordenou os crimes
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Nova Ubiratã, deflagrou nesta manhã desta terça-feira (27.06) a Operação Procusto para cumprimento de 13 mandados judiciais de prisão preventiva e de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa envolvidos no homicídio qualificado, tortura majorada e ocultação de cadáver do jovem Pablo Ronaldo Coelho dos Santos, assassinado em abril deste ano.
Ele foi sequestrado no dia 19 de abril junto com um amigo, quando ambos estavam em um bar de Nova Ubiratã. Os dois tinham vindo do interior de São Paulo para trabalhar. Os dois foram levados a uma casa, sofreram diversas torturas durante a madrugada e, na manhã do dia seguinte, levados a uma área de mata da cidade. No trajeto, o amigo de Pablo conseguiu escapar do veículo dos criminosos e, mesmo ferido, procurou ajuda na polícia. Pablo foi executado, teve membros decepados e o corpo ocultado na mata, sendo encontrado após 42 dias de buscas.
Estão em cumprimento oito mandados de prisão, sendo dois deles na Penitenciária Central do Estado e cadeia pública de Nobres. Apoiam o cumprimento das ordens judiciais as Delegacias de Sorriso e de Nobres, Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá, PM de Nova Ubiratã e unidade do Ciopaer de Sorriso.
Mandantes e executores
Entre os alvos da operação está uma mulher, funcionária da educação no município de Nova Ubiratã. A Polícia Civil apurou que ela atuou diretamente na execução dos crimes e agiu com extrema perversidade, inclusive, mandando que as vítimas fossem mutiladas.
Durante a investigação, os policiais civis reuniram informações que confirmaram que M.R.A.R. auxiliou no transporte das vítimas até o local da execução e, após conversar com um comparsa preso, passou a defender que as vítimas sejam executadas.
Os crimes foram ordenados por um criminoso, A.A.L., que está detido na Penitenciária Central do Estado. De dentro da unidade prisional, ele recebia as informações dos demais integrantes da organização criminosa que estavam monitorando Pablo e seu amigo desde que ambos chegaram a Nova Ubiratã.
Informações reunidas no inquérito apontam que o sequestro foi premeditado para torturar as vítimas a fim de que confessassem integrar uma facção criminosa rival.
Durante a execução dos crimes, o grupo se reportava ao criminoso preso na PCE, que gerenciou tudo de dentro de sua cela na penitenciária e acompanhou todo o desenrolar do crime – desde a captura até a morte – recebendo fotos das vítimas amarradas durante as sessões de tortura. Ele ordenou que não era só para arrancar os dedos das vítimas, mas também para executá-las.
Sequestro e tortura
O delegado responsável pelo inquérito, Bruno França Ferreira, destaca que motivo de toda a crueldade praticada foi, em tese, o fato de as vítimas terem supostamente feito um sinal com a mão que remetia ao número três.
Pablo Ronaldo e seu amigo foram abordados por quatro investigados, dentro de um bar, na noite de 19 de abril. L.S.A., que liderava o grupo, ofertou 200,00 a um dos investigados para que ajudasse a levar dois rapazes para torturar e matar.
Os suspeitos conduziram então as vítimas ao cativeiro, onde iniciaram a sessão de tortura que durou toda a madrugada. Um adolescente também participou dos crimes e é investigado em procedimento autônomo.
A vítima sobrevivente contou que tiveram mãos e pés amarrados e colocaram um pano em sua cabeça e jogaram água, além de chutes e socos em ambos. Também apanharam com uma lâmina de faca, o que causou lesões nas costas e nos cotovelos. As vítimas também foram obrigadas a gravar um vídeo dizendo que romperiam com uma facção e iam participar de outra.
O vídeo foi enviado ao mandante dos crimes.
Fonte: Agora MT
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