Pastora é presa em MT por dificultar investigação sobre estupro
A delegada Jéssica Assis, responsável pelo caso, afirmou que a pastora auxiliou na ocultação da criminosa, mentindo para agentes públicos.
Uma pastora foi presa, nesta semana, após atrapalhar o trabalho da Polícia Civil de Mato Grosso durante a investigação associada ao caso de um operador de máquinas, de 36 anos, que estuprou a enteada durante 12 anos. A líder religiosa atua no Distrito de Primaverinha, em Sorriso (397 km de Cuiabá). Ela tentou esconder a mãe e irmãos da vítima durante a apuração de situação de maus-tratos.
Uma equipe do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual acompanhou o Conselho Tutelar até a casa para averiguar a situação, uma vez que a mãe seria usuária de drogas. A mulher também é investigada pela polícia por conivência no caso de estupro contra a própria filha.
De acordo com a Polícia Civil, a casa estava vazia, com sinais claros de que tinha sido abandonado recentemente, além de apresentar péssimas condições de higiene pessoal – condizentes com abandono de incapaz. Pelas janelas, era possível ver larvas no chão da residência.
Vizinhos contaram aos policiais que a mulher e as crianças haviam sido retirados da casa em carro preto, na noite anterior. Disseram ainda que pastora do distrito teria informações a respeito do paradeiro da família. Procurada pela polícia e conselheiros tutelares, a pastora disse que não tinha informações, reforçando o pedido para que o sumiço da mãe e das crianças fosse investigado.
Durante a apuração, os policiais descobriram que outras pessoas ajudaram a família a sair da casa. Eles foram acolhidos no município de Lucas do Rio Verde. Conforme a Polícia Civil, uma pessoa que recebeu um integrante da família não tinha conhecimento do que estava ocorrendo, mas avisou a pastora de que a adolescente estava em sua casa.
A delegada Jéssica Assis, responsável pelo caso, afirmou que ficou claro que a pastora auxiliou na ocultação da criminosa, mentindo para agentes públicos. O Artigo 236 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função pode ocasionar em detenção de seis meses a dois anos.
A líder religiosa foi encaminhada à Delegacia de Sorriso e autuada em flagrante pelos crimes de favorecimento pessoal e embarcamento da atividade do Conselho Tutelar. Foi arbitrada uma fiança no valor R$ 2 mil. O operador de máquinas foi detido ainda no sábado (20), pela Polícia Militar, no Distrito de Primaverinha por estuprar e violentar psicologicamente durante 12 anos a enteada, que atualmente tem 17 anos.
A mãe da menina tinha conhecimento dos abusos que começaram quando ela tinha cinco anos, mas não tomou nenhuma atitude durante todo o tempo. A adolescente relatou para a polícia que o padrasto é violento com a mãe dela, com quem ele consumia drogas e bebidas e cometia agressões na frente dos filhos.
Fonte: Minuto MT
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