Operação cumpre mandados contra suspeitos de enganar investidores do agro em MT e sonegar impostos
São 17 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de sequestro de bens e valores pertencentes ao grupo criminoso, o bloqueio de várias contas e apreensão de três veículos.
Uma operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), cumpre, nesta quarta-feira (16), 17 mandados de busca e apreensão domiciliar contra suspeitos de enganar investidores do agronegócio em Mato Grosso e de sonegar impostos ao estado.
Os mandados incluem ainda o sequestro de bens e valores pertencentes ao grupo criminoso, o bloqueio de várias contas e apreensão de três veículos.
De acordo com a polícia, os mandados da operação ‘Pirâmide de Morfeu’ são cumpridos em Primavera do Leste, onde os suspeitos moram.
As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá após investigações da Delegacia Fazendária Unidade de Inteligência Fiscal e Monitoramento da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz-MT) e 14ª Promotoria de Justiça Criminal da capital.
Os suspeitos podem responder por crimes contra a ordem tributária e economia popular, falsidade ideológica e organização criminosa.
Promessas de ganhos no agro
A polícia informou que eles criaram um grupo financeiro fictício em Primavera do Leste, onde construíram várias empresas com atuação em diversos segmentos econômicos.
Essas empresas, segundo a polícia, exibiam propagandas e vídeos comerciais bem produzidos, prometendo às vítimas grandes ganhos a partir de investimentos no agronegócio mato-grossense.
No entanto, as investigações apontaram que as informações exibidas eram todas de fachada, sem qualquer lastro econômico, inclusive, com a apresentação de propriedades rurais que não pertencem à organização.
Com isso, os investidores eram enganados com a promessa de retornos financeiros muito acima da média comercial.
De acordo com a polícia, os dois principais suspeitos de operar esse grupo são irmãos e já foram investigados por estelionato e respondem a diversos processos. Um deles foi preso em uma operação no Maranhão por estelionato e possui diversos boletins de ocorrências registrados pelo mesmo crime.
A investigação apurou que, até o momento, há diversas vítimas da organização criminosa que investiram valores de R$ 50 mil e R$ 250 mil e outras aplicaram valores acima dessas quantias e estão com dificuldades para receberem o valor do investimento e dos altos dos lucros prometidos.
Atraindo investidores
A polícia apurou que, para atrair o investidor, a organização monta uma estrutura atraente. Os primeiros investimentos de valores menores são pagos corretamente, criando nas vítimas a ilusão de um investimento seguro, mas que, no entanto, após um período começam a ter dificuldades para receber o que foi aplicado.
Durantes as investigações, os órgãos estaduais não localizaram qualquer registro formal do suposto.
De acordo com a Sefaz, uma das empresas criadas pelo grupo iniciou as atividades, supostamente, em 2018, no estado do Maranhão e, posteriormente, foi transferida para Mato Grosso em 2019.
Até 22 de março do ano passado, essa empresa recolheu apenas R$ R$ 149 mil aos cofres públicos e declarou ao órgão fazendário estadual a realização de operações comerciais que somam mais de R$ 9 milhões. No entanto, os valores relativos à sonegação são estimados em R$ 1,6 bilhão.
Operação
A polícia informou que o nome da operação foi inspirado pelos altos ganhos prometidos, típicos dos esquemas de pirâmide, que acabam sendo um sonho irrealizável. Além da menção a Morfeu, que representa a personificação dos sonhos na mitologia grega.
Fonte: G1
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