Movimentos sociais pedem aceleramento da reforma agrária em MT
Cerca de 350 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão acampadas na Justiça Federal e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), nesta semana, em Cuiabá, para reivindicar sobre a reforma agrária. Número maior de famílias vive em assentamentos concentrados na região norte do Estado.
Conforme a organizadora da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Marjorie Silva, o grupo chegou nesse domingo (27) e vai participar da 3ª Semana de Resistência Camponesa, realizada a partir desta segunda-feira (28) até sexta-feira (1º). Durante toda a semana, serão realizadas várias atividades, como audiências públicas e outras atividades informativas.
“Objetivo de estar aqui é reivindicar pelos nossos direitos, acesso à terra, permanecer na terra, exigir a reforma agrária que nunca acontece, pressionar os órgãos públicos para que isso de fato aconteça, dialogar com os deputados, dialogar com o próprio Incra”, explicou Marjorie.
Grupo está recebendo o apoio da Justiça Federal, em relação a banheiros e água. Órgão deixou as portas abertas para os protestantes, que estão acomodados no estacionamento. Já sobre a comida, uma equipe do MST e CPT estão responsáveis em garantir todas as refeições do dia.
Trabalhadores estão denunciando a paralisação da Política Pública de Reforma Agrária, por meio de decisões em mandados de segurança do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), referentes a áreas pertencentes à União. Outra reivindicação é a retomada das terras públicas da União de Mato Grosso, onde uma delas seja destinada para Reforma Agrária.
Nesta terça-feira (29), vai acontecer uma audiência popular sobre grilagem de terras públicas e conflito fundiário no Estado, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), das 8h às 11h. Na quarta-feira (30), vai acontecer a feira agroecológica cultural, na Praça Ulisses de Guimarães, em frente ao Pantanal Shopping, das 16h às 20h. Serão vendidos frutas e artesanatos.
Agricultora, Nilda da Silva, 35, vive com o marido e os 4 filhos a beira da estrada há 20 anos, no acampamento Renascer, em Nova Guarita (897 km ao norte de Cuiabá). Em barracos, Nilda e restante do grupo do assentamento não pode utilizar o espaço para produção. Portanto, segundo ela, para garantir o sustento da família, eles trabalham em fazendas da região.
“Estamos reivindicando os nossos direitos. A gente mora no acampamento faz 20 anos, temos áreas públicas da união sentenciadas, que só falta o desenrolar da justiça. Temos dois mandados de segurança, 4 apelações que nos impede o acesso à terra. A gente veio em busca dessas pautas para serem resolvidas e possamos ter o acesso às terras”, explicou a trabalhadora.
A 3ª Semana da Resistência Camponesa pretende chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a importância e a necessidade urgente de reforma agrária em Mato Grosso, além de denunciar casos de grilagem de terras públicas
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