Juiz nega soltar acusados de furtar operadora de ferrovia em MT
Trio foi preso em novembro do ano passado durante a Operação Descarrilamento, da Polícia Civil
A Justiça de Mato Grosso negou revogar a prisão de três alvos da Operação Descarrilamento, deflagrada pela Polícia Civil em novembro do ano passado.
A ação desarticulou uma quadrilha acusada de furto e receptação de combustíveis e grãos da empresa de logística Rumo – que administra o terminal ferroviário no sul do Estado.
A decisão é assinada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada nesta segunda-feira (29).
Tiveram pedido de soltura negado Juraci Cornélio da Silva, Paulo Henrique Cornélio da Silva e Thaygor de Souza Figueiredo.
No documento eles alegaram, entre outras coisas, a ausência de contemporaneidade e fatos novos que justifiquem a continuidade da prisão.
O juiz, por sua vez, afirmou que a investigação aponta de forma detalhada as condutas de cada denunciado nas empreitadas criminosas.
Além disso, afirmou que não há qualquer fato novo que possa levar a uma eventual revogação da prisão.
“Portanto, também não se fazem necessárias maiores considerações, porquanto ainda vigorarem os requisitos da prisão preventiva, sobretudo porque não houve qualquer fato novo apto a acarretar a revogação pretendida pelos acusados em referência”, decidiu o magistrado.
A operação
No total, a operação cumpriu 32 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão preventiva, 16 de busca e apreensão e oito intimações para implementação de medidas cautelares diversas da prisão.
Os produtos foram subtraídos de vagões de trens estacionados ao longo da via-férrea, administrada pela empresa Rumo, que corta os municípios de Alto Araguaia e Alto Taquari.
Para transportar as cargas furtadas, a quadrilha usava uma carretinha que se movia entre os trilhos férreos, além de outros equipamentos.
De acordo com o delegado de Alto Araguaia, Marcos Paulo Batista de Oliveira, a organização criminosa atuava desde 2017 com o furto de combustíveis e grãos dos vagões de trens de propriedade da empresa de logística.
A investigação estima que foram subtraídos mais de um milhão de litros de combustível e aproximadamente 100 toneladas de grãos, causando um prejuízo superior a R$ 6 milhões.
A quadrilha agia com o auxílio de funcionários da empresa de logística, que tinham informações privilegiadas sobre a programação de chegada, parada e partida dos trens, além do tipo de carga e nível de combustível dos vagões.
A Polícia Civil apurou que os envolvidos obtiveram lucros consideráveis com os crimes, adquirindo veículos e bens de alto valor, incompatíveis com a renda dos suspeitos.
Um dos empresários, investigado por receptação, é proprietário de uma empresa de fabricação de ração e encomendava grãos, geralmente farelo de milho/soja, para ser utilizado como matéria-prima em sua empresa. Alguns empresários da região adquiriam combustível dos criminosos, por um preço inferior ao mercado, para utilizar em seus maquinários e veículos.
Fonte: Mídia News
Comments