Ferrovia estadual trará benefícios ao produtor e impacto positivo na economia do Mato Grosso
Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, o agronegócio em Mato Grosso manteve-se alta no último ano.
Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, o agronegócio em Mato Grosso manteve-se alta no último ano. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostram que a última safra de grãos (2019/2020) teve crescimento de 9,3%, chegando a 74 milhões de toneladas, volume muito superior à média da produção nacional, que registrou aumento de 3,8%. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a projeção é chegar a 120 milhões de toneladas até 2030.
Uma das principais opções para o escoamento desta demanda crescente na região Centro-Oeste, o transporte ferroviário foi o protagonista neste segundo semestre de 2021 com o anúncio da construção da primeira ferrovia Estadual de Mato Grosso. Os novos trilhos irão conectar Cuiabá e as cidades de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, no norte do estado, a Rondonópolis, município do sul onde inicia a Ferronorte, que forma o principal corredor de exportação de grãos do País, via porto de Santos.
A construção prevê 730 quilômetros de linha férrea – a previsão é que as obras iniciem em 2022, com o trecho entre Cuiabá e Rondonópolis sendo entregue em 2025. A operação de Lucas do Rio Verde deve começar em 2028. Serão investidos valores entre nove e R$ 11 bilhões, com a expectativa de 230 mil empregos diretamente gerados. O novo modelo prevê que todo investimento corra por conta e risco da Rumo, sem nenhum centavo de dinheiro público.
VANTAGENS PARA O PRODUTOR
De acordo com o vice-presidente Comercial da Rumo, Pedro Palma, a chegada da ferrovia em novas regiões fazem parte de um planejamento robusto focado na qualidade e desenvolvimento de toda cadeia logística. “Quanto maior a distância percorrida pelos trilhos, mais eficiente e vantajosa é a operação para o produtor”, afirma.
Segundo Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística e consultor da Aprosoja MT, além do aspecto sustentável, as ferrovias são mais competitivas do ponto de vista financeiro. “As ferrovias minimizam o impacto que temos com o custo do frete rodoviário. O frete rodoviário é adequado para pequenas distâncias. Toda vez que usamos o modal rodoviário para longas distâncias, acabamos pagando altos valores”, afirma.
Adelino Bissoni, pequeno produtor de milho e soja de Rondonópolis, lembra dos benefícios do modal na região. “A ferrovia chegou aqui em 2013 e conseguiu levar boa parte da produção, liberando os caminhões que iam das fazendas para Santos, dando oportunidade para aumentar o volume de produção. A chegada de caminhões em Santos e em Paranaguá sempre foi muito tumultuada, mas a chegada do trem foi primordial para que isso melhorasse”, disse.
Ele também afirma que com a chegada de linhas no norte do estado, tanto os grandes produtores quanto os pequenos serão beneficiados, dado que o gargalo nas rodovias será menor.
“Chegando em Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, libera as fazendas para ampliarem suas produções. Com a ferrovia tendo um preço mais em conta, o produtor terá um frete mais barato e, com o passar dos anos, o preço vai ficar mais competitivo”, afirma Bissoni.
Presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Paulo Sergio Aguiar corrobora com Bissoni. Para ele, tanto o pequeno quanto o grande produtor serão beneficiados com a chegada da nova ferrovia estadual.
“Hoje há um custo alto para colocar uma tonelada no Porto utilizando somente caminhões. O planejamento utilizando os dois modais contribui para a redução de custos, é possível economizar de 30% a 40% com a participação da ferrovia integrando a logística da operação”, diz Aguiar.
Fonte: Agora MT
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