Ex-secretário de Saúde tem HC negado pela Justiça e fala em compras “atípicas” de medicamentos
Em audiência de custódia realizada na quinta-feira (8), horas após ser preso na “Operação Hypnos”, o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, negou ser responsável pela compra de medicamentos sem as devidas formalidades, mas falou em compras “atípicas” no período em que esteve à frente da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que cuida da administração das unidades e hospitais de saúde da capital. Ele está preso preventivamente na Penitenciária Central do Estado (PCE) em cela especial por ter ensino superior.
As investigações apontaram que um suposto esquema teria se instalado, em 2021. Em tese, foram autorizados pagamentos para uma empresa que não possuiria sede física no local informado em seu registro formal, o que levou à suspeita de que seria uma empresa fantasma com sócios administradores laranjas.
Além disso, indícios sugerem que os pagamentos foram para a aquisição de medicamentos que, a princípio, não possuíam comprovação de ingresso na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública e que nunca teriam chegado ao estoque.
Em depoimento, o ex-secretário de Saúde negou ter realizado essas compras no período em que era diretor do hospital. “Eu era o diretor do hospital, as compras não eram feitas por mim. Tem o setor que fazia a compra, o setor que recebia e o setor que traria o processo pronto para realizar os pagamentos. Nenhum administrador tem autonomia do início da compra até o fim do pagamento”, afirmou o ex-secretário em depoimento.
Ele disse, ainda, que não acredita que tenha ocorrido desvios ou erros nas compras, apesar de ter visto aquisições “atípicas”, principalmente no período de pandemia de Covid-19. “As compras foram realmente um pouco atípicas porque realmente não existia medicamentos para serem comprados, então não se estava escolhendo muito para se comprar porque se comprava o que tinha”, completou.
Célio voltou a negar a existência do esquema investigado e afirmou que não tinha conhecimento dos processos das compras, que, segundo ele, eram atribuições de outras equipes.
Fonte: O Documento
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