Detran vai apurar caso de professora constrangida durante atendimento em Rondonópolis
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) lamentou o constrangimento sofrido por uma professora durante atendimento no Posto da Vila Operária, em Rondonópolis, e informou que o caso, que já está na Ouvidoria do órgão, será averiguado. O Detran ressaltou ainda que não compactua com quaisquer formas de discriminação.
A professora Keila Pereira da Silva, 34 anos, servidora da rede municipal de Educação de Rondonópolis, foi até a unidade na manhã de terça-feira (10) para renovar sua CNH. Durante o protocolo para captura de foto, ela se viu por vários minutos constrangida pelo fato do equipamento não focar seu cabelo, que é crespo e volumoso.
O Detran ressaltou que vários fatores podem afetar o momento da captura da foto, e o procedimento precisa ser repetido até que atenda os requisitos da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O Detran-MT ressalta ainda que tem investido na melhoria do atendimento ao cidadão e que o sistema está em constante aprimoramento a fim de evitar demoras, mesmo que pontuais, com a melhoria na qualidade da imagem facial e datiloscópica.
Keila registrou um boletim de ocorrência e também denunciou o caso à Ouvidoria do Detran.
ENTENDA
A professora foi até o Posto de Atendimento da Vila Operária para renovar sua habilitação, no período da manhã, conforme agendamento.
Ela usava turbante, item que faz parte de sua identidade afro-brasileira, e atendeu a servidora do Detran que solicitou a retirada para a captura da foto para sua CNH. “Fiz o que ela me pediu. Mas, ela ficou proferindo palavras que me deixaram intimidada, com vergonha e triste”, disse Keila.
De acordo com a professora, “seu cabelo está muito alto”, “seu cabelo não está aparecendo na foto”, “não estou conseguindo tirar a foto por causa do seu cabelo”, “não estou conseguindo fazer o enquadramento porque seu cabelo é muito alto” foram algumas das falas da atendente.
O processo de tirar foto para a habilitação, que é rápido, demorou vários minutos e provou ainda mais constrangimento em Keila que se viu “travando” o atendimento das demais pessoas que aguardavam.
Fonte: Primeira Hora
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