Com renovação majoritária, federais de MT tomam posse

Dois oito deputados eleitos em 2022, a expectativa é que apenas um se posicione como aliado do Governo do PT

Os oito deputados federais eleitos por Mato Grosso e que ficarão no cargo até janeiro de 2027, tomam posse a partir das 9h (horário de Mato Grosso), em cerimônia realizada no plenário da Câmara Federal, em Brasília, nesta quarta-feira (1).

Majoritariamente bolsonarista, o estado não elegeu nenhum deputado federal do partido do presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT), e assistiu uma renovação de pouco mais de 62%, tendo cinco “novatos” dispostos em apenas três partidos.

Quem conseguiu se reeleger foi apenas Emanuelzinho e Juarez Costa, ambos do MDB, além de José Medeiros, do PL. O partido que teve Bolsonaro na disputa pela Presidência da República, aliás, fez história ao abocanhar 50% da representatividade. Além de Medeiros, assumem os novatos Abílio Brunini, Amália Barros e Coronel Fernanda.

Os outros dois que fecham o grupo são Fábio Garcia e Coronel Assis, ex-comandante da PM, ambos do União Brasil (UB), partido do governador, Mauro Mendes. Todavia, apenas Garcia teve o apoio direto e constante do governador, já que Assis conseguiu ganhar notoriedade própria e também surfou na onda bolsonarista, mesmo fora do PL.

Em relação a seus prováveis posicionamentos, espera-se que somente Emanuelzinho tome posição de base de Lula (PT), com os quatro do PL, os dois do União e até mesmo Juarez do MDB, que até por seus redutos eleitorais no nortão nunca se posicionou longe da direita, ficando na oposição.

Assim que tomarem posse, a expecativa contudo é que os oito votem juntos pela reeleição de Arthur Lira (PP) como presidente da Câmara dos Deputados. Mais do que favorito à reeleição, Lira disputa com Chico Alencar (PSOL) e Marcel Van Hattem (NOVO).

O PT decidiu não encarar Lira e foca suas atenções no Senado Federal para reeleger Rodrigo Pacheco (PSD), considerado um aliado estratégico.

Confira o perfil dos oito federais de MT, que assumem nesta semana:

Reeleitos

José Medeiros (PL) policial rodoviário federal por mais de 22 anos, assumiu no lugar de Pedro Taques, quando este foi eleito governador em 2014. Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, é conhecido por defender pautas conservadoras no Congresso Nacional e “enfrentar” o ministro Alexandre de Moraes, do STF, já tendo suas redes sociais bloqueadas duas vezes.

Juarez Costa (MDB) vai para o segundo mandato na Câmara Federal. Construiu sua carreira política a partir de Sinop, de onde foi prefeito e vereador. Além disso, já ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, entre 2007 e 2008.

Emanuelzinho (MDB) é filho do prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro, e da ex-candidata ao governo do Estado, Márcia Pinheiro. Foi eleito para a Câmara Federal pela primeira vez aos 23 anos, em 2018. Dois anos depois, se candidatou à prefeitura de Várzea Grande, mas acabou ficando em terceiro lugar na disputa vencida por Kalil Baracat, que contava com o apoio da família Campos.

Novatos

Fábio Garcia (União) foi eleito com o apoio do governador Mauro Mendes. Neto do ex-governador Garcia Neto, é a segunda vez que ele ocupa um cargo na Câmara Federal, já tendo sido deputado entre 2015 e 2019. Além disso, é o primeiro suplente do senador Jayme Campos. Não esconde de ninguém o desejo de disputar a Prefeitura de Cuiabá no futuro.

Abílio Brunini (PL) se destacou por sua atuação na Câmara Municipal de Cuiabá. Em 2020 foi para o segundo turno contra Emanuel Pinheiro na disputa da prefeitura da Capital, acabou derrotado. É conservador e tem forte apoio entre as lideranças evangélicas do estado.

Amália Barros (PL) foi a candidata de Michelle Bolsonaro em Mato Grosso. É conhecida por sua militância em prol das pessoas deficiência visual e monoculares. Jornalista de formação, criou o Instituto Amália Barros em 2021 para ajudar a conseguir próteses oculares e lentes esclerais a pessoas carentes.

Coronel Fernanda (PL) é uma ex-policial miliar que ganhou notoriedade na eleição suplementar ao Senado, realizada em Mato Grosso em 2020. Na ocasião, apesar de contar com o apoio do então presidente Jair Bolsonaro, viu a vaga ser ocupada por Carlos Fávaro (PSD).

Coronel Assis (União) foi Comandante Geral da Polícia Militar de Mato Grosso no primeiro mandato de Mauro Mendes (União). Com uma pauta conservadora e em defesa dos militares, foi eleito deputado federal com mais de 47 mil votos.

Fonte: Minuto MT