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Com alta na procura, empresários em Cuiabá investem em moda plus size para atender demanda

Público está mais exigente, e demanda por tecidos de maior qualidade, cortes melhores e cores mais vivas e joviais.

Uma demanda em crescimento provocou mudanças no setor de vestuário em Cuiabá nos últimos anos. Em alta, o mercado da moda plus size atrai empresários em busca de atender um público feminino cada dia mais exigente, que quer qualidade, beleza e preços justos na hora de vestir. Em outras palavras: essas consumidoras querem cortes e tecidos melhores, assim como cores e estampas mais vivas, sem precisar pagar preços exorbitantes por isso.


Natural de Santa Catarina e atualmente morando na capital mato-grossense, a zootecnista e estudante de medicina veterinária Elis Neuhaus, de 32 anos, resume como era comprar roupas do tamanho dela (variando entre 50 e 52) alguns anos atrás.


"Geralmente você encontra roupas de tamanhos maiores com modelos e cores de gente mais idosa mesmo, isso quando encontra, né?", recordou. "Eu comprava o que servia, mesmo sem achar bonito. Era difícil".


O relato da estudante de direito Natália Gomes, de 28 anos, é semelhante. Ela, que usava tamanho 46 e que ganhou peso durante a pandemia, teve ainda mais dificuldade na hora de comprar roupas nesse período.


"Já era muito difícil encontrar. As lojas só vendiam ate 44. Depois que engordei os 15 quilos, piorou. Em Cuiabá mesmo não encontrava nada legal e jovem que servisse, só encontrava aquelas roupas com tecidos muito quentes e com estampas feias. No começo deste ano que eu percebi o aumento de lojas para o público plus size", contou.


Crescimento

A Associação Brasil Plus Size, em seu relatório setorial 2021, diz que esse mercado cresceu 21% nos últimos 3 anos, sendo que no mesmo período a indústria de vestuário teve queda acima de 5%. A ABPS considera que 25% do varejo de vestuário têm em sua grade regular tamanhos plus size e que essa indústria e avaliada em R$ 7,6 bilhões.

Números do relatório preliminar 2020 da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, divulgado em maio deste ano, reforçam a percepção do aumento de demanda. Cuiabá é a capital brasileira com maior percentual de pessoas acima do peso, 62,7%. Entre as mulheres, esse índice é de 57,2%. Em relação à obesidade, a cidade está em segundo lugar no ranking, com 24%, sendo 22,2% entre mulheres adultas.


Em Cuiabá, a procura por tamanhos maiores cresceu tanto que a empresária Herika Nayllon, 31 anos, dona há quase seis anos de lojas que vendiam roupas femininas com tamanhos variados, decidisse vender somente moda plus size


"Desde o início a gente tinha peças maiores, mas essa demanda foi aumentando em detrimento dos tamanhos menores. Começamos uma quantidade de peças maior de peças no plus size. E desde agosto estamos trabalhando exclusivamente com numeração do 44 ao 52", contou.

Com um público-alvo entre 28 e 45 anos, a loja investe em peças mais atuais, modernas. "Vemos o que as pessoas estão usando e vamos adaptando isso para a realidade dos tamanhos plus size", disse. A empresária, porém, frisou que os valores ainda são bem mais altos em relação às peças de tamanhos menores.


Foco na moda plus size

Também de olho nesse mercado, a empresária Laura Carolina da Silva Andrade, de 41 anos, também resolveu abrir uma loja específica para as clientes plus size. Ela, que trabalhava fora mas começou a vender roupas usadas a fim de melhorar a renda, percebeu que quem vestia manequins maiores não estava encontrando roupas que lhes servissem. Entre elas, uma prima, que vestia G5, equivalente ao tamanho 65.


"Foi quando eu decidi me dedicar a esse público. Até porque eu sinto a felicidade delas quando vem até a minha loja", contou.


“Percebo que esse público tem muita dificuldade em encontrar roupas. No início, vi também muita dificuldade em aceitação de roupas de outras cores, porque só usavam roupas pretas. E eu consegui colocar, pelo menos no meu público, roupas coloridas", disse.

A primeira loja foi inaugurada em dezembro de 2018, mas o espaço acabou ficando pequeno com a alta procura. Atenda às necessidades das clientes, a empresária resolveu investir em modelagens maiores, optando por vender do GG (48/50) até o G5 (64). Os mais vendidos são os X-G e XL.

"Eu procuro trazer tamanhos grandes mesmo, porque escuto das próprias clientes que não encontram tamanho grande, que encontram tamanho maior, mas não do tamanho delas".


Para Laura, que atende "adolescentes de 12 anos até senhoras de 80 anos", esse mercado é promissor. "Eu via pessoas que me procuravam compravam roupas uma vez na vida, mandavam fazer as roupas. E agora tem bastante lojas que estão investindo nisso".


Fonte: G1MT

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