Advogado exime médicos de participação em suposto esquema
Polícia Civil investiga possibilidade formação de cartel para fraudes em licitação e uso de UTIs
O advogado Ulisses Rabaneda se posicionou sobre três médicos alvos da Operação Espelho, da Polícia Civil, que investiga um susposto cartel formado em Mato Grosso para fraudar licitações durante a pandemia da Covid 19.
A investigação tramita há meses e até agora nenhum elemento de prova sobre este suposto fato foi produzido, e nem será, em razão de nunca ter ocorrido
Dez pessoas e oito empresas são suspeitas de potencializar o uso de UTIs, sem a real necessidade de várias internações, visando o aumento do faturamento
Durantes as investigações, tiveram os bens bloqueados por suspeita de enriquecimento ilícito os investigados: Marcelo Alécio da Costa, Rony de Abreu Munhoz, Luiz Gustavo Castilho Ivoglo, Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves Preza, Alberto Pires de Almeida, Osmar Gabriel Chemin, Renes Leão Silva Filho, Bruno Castro de Melo, Daoud Mohd Khamis Jaber Abdallah, Gabriel Naves Torres Borges e Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante.
As seguintes empresas também constam no inquérito policial: L.B. Serviços Médicos Ltda. (atualmente sob o nome de LGI Médicos Ltda.), Intensive Care Serviços Médicos Ltda., Sugery MT, Bone Medicina Especializada, Curat Serviços Médicos Especializados Ltda., Samir Yoshio Matsumoto Bissi Eireli-ME e Medtrauma Centro Especializado em Ortopedia e Traumatologia Ltda..
Rabaneda afirmou que um de seus clientes, Gabriel Naves, estava afastado de suas funções nas empresas durante o periodo que é investigado, em razão de problemas de saúde, cujo tratamento perdurou por longo período. "Por isso, não praticou qualquer ato nos procedimentos listados no inquérito", disse o advogado, por meio de nota.
"No que concerne a Alberto Pires, nada há de irregular em sua conduta. Eventuais diálogos de terceiros sugerindo sua proximidade com o chefe do Poder Executivo são falaciosos. Apenas isso já retira qualquer credibilidade da narrativa. Ademais, a constituição e participação de Alberto Pires nas empresas em que é sócio não decorrem de "ordem", "sugestão" ou "indicação" de qualquer pessoa ou autoridade, mas de ajuste entre os sócios para empreender no ramo de saúde".
Quanto a Osmar Gabriel, a defesa diz que nunca houve qualquer conversa entre ele e qualquer funcionário público, com orientações sobre como vencer licitações ou a respeito de vantagens indevidas.
"A investigação tramita há meses e até agora nenhum elemento de prova sobre este suposto fato foi produzido, e nem será, em razão de nunca ter ocorrido. Mensagens trocadas entre os investigados que sugeriam referida hipótese, especialmente entre Osmar e outros concorrentes, decorrem de mera bravata", diz Rabaneda.
"Basta ver que Osmar e suas empresas, a partir da data dos diálogos constantes do relatório (01 de maio de 2021) participou de apenas uma pesquisa de mercado para contratação emergencial em Sinop, ocasião em que assumiu unidades naquele regional, obtendo drástica redução de mortalidade".
Segundo o advogado, a alegação de cartel também se mostra absurda. "Uma das empresas de Osmar e outra investigada executaram em conjunto um único contrato em Alta Floresta, sendo que está provado nos autos que não deixaram de ser concorrentes".
Fonte: MidiaNews
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